31 de dezembro de 2008

Culpado de ter nascido palestiniano?

"Um deles"

(Fonte: Reuters)

4 comentários:

teresa g. disse...

Ele não tem certamente culpa. Mas provavelmente um dia tê-la-á, se continuar com a cultura de intolerância que hoje parece dominar as mentalidades islâmicas. Como a temos nós, ao perpetuar um modo de vida injusto que leva à miséria uma grande parte do mundo, e grande parte são povos islâmicos - e como se sabe a miséria alimenta o extremismo e a intolerância. Como a têm os israelitas ao usarem a força de que dispõem para se defenderem (mas não terão o direito de se defender?) de forma desproporcionada. Como a tiveram os europeus ao criar atabalhoadamente o estado de Israel, traindo as expectativas dos árabes e cedendo às mesmas influências dominantes de sempre - o dinheiro e o poder. E enquanto as decisões forem tomadas nesta base vão-se somando erros em cima de erros, culpas em cima de culpas. Transformando inocentes em culpados. Como se pára este ciclo?

Anónimo disse...

Nas férias passadas, conheci uma palestiniana muita simpática, inteligente e muito culta - sim era bonita também - que vivia na cidade de Jerusalém. Trabalhava com israelitas, e davam-se todos "muito bem", desde que não falassem política. Confrontei-a com o que me parecia ser uma paz podre. Ela confirmou-me esse estado de coisas, dizendo que também gostava muito deles, mas que consciente ou inconscientemente, os limites estavam traçados há muito tempo, e de certa forma não havia forma de escapar. Nasce com a própria pessoa, dentro dela, é mais do que cultural. Parece transcendental, para além do religioso, e banhado num fatalismo que hipoteca qualquer solução satisfatória. Uma guerra sem fim. Por causa de um simples pedaço de terra.
Mais vale ser cigano na quinta do mocho.
Um Deles.

teresa g. disse...

Sem dúvida que está para além da religião, pois não creio que Jeová ande à batatada com Alá. Os deuses têm as costas largas quando se trata destes assuntos.

Olha, não acredito que nasça com a própria pessoa. Acho que é algo que se aprende no meio em que se vive, inconscientemente, mas aprende-se. De outra forma não haveria esperança para a humanidade, seria uma condenação estúpida para um bicho que se julga inteligente... o homem tem que ser mais do que isto, não?
...

teresa g. disse...

Já agora aconselho a leitura deste post: http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/6062.html
de uma das (relativamente) poucas pessoas que continua verdadeiramente a acreditar no futuro digno da raça humana (ou não teria a força de fazer o que faz)